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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Não a mais austeridade na Grécia!

Segundo o Público de ontem," 178 deputados votaram a favor do referendo, 120 contra e dois estiveram ausentes. Além do Syriza e dos Gregos Independentes (que formam a coligação de governo), também os deputados do Aurora Dourada (neonazi) votaram a favor do referendo, enquanto a Nova Democracia (conservadores), o Pasok (socialistas), o To Potami (centristas) e o KKE (comunistas) votaram contra." Estes dois agrupamentos de votos são circunstanciais, não estamos perante coligações mesmo que o primeiro tenha querido o referendo e o segundo não, correspondendo esses agrupamentos a vontades diferenciadas de manter este governo ou não.
 
Os dirigentes chineses, russos e norte-americanos desejam que a Grécia não saia da UE. Por razões diferentes naturalmente, mas em que os factores de estabilidade prevalecem face ao risco de contágio da crise a outros países. 
Os dirigentes da UE e dos países que a integram estão debaixo de fogo por terem esticado demasiado a corda, deixando à Grécia o recurso ao referendo de propostas com que o governo não estava de acordo.
À não continuação de um programa de assistência que metesse dinheiro nos bancos, o governo grego responderá com o não pagamento amanhã de l,6 mil milhões de euros que o FMI reclama
 
Se o não ganhar, com um forte movimento popular e envolvimento do Syriza a sério neste combate   pelo "não", o governo tem a possibilidade de seguir outros caminhos para tornear a agressão da UE e FMI. 
Hoje na Praça Syntagma em Atenas em apoio do governo e contra as propostas da troika
 
Se o sim ganhar, o governo fica fragilizado nas negociações que a UE não deixará de propor e defrontará um redobrar da guerra interna e externa para a sua demissão e a criação de um "governo de unidade nacional". Em que a Nova Democracia e o PASOK procurariam fazer esquecer que foram eles os responsáveis pela austeridade no país, a que gostariam de ver acrescentada nova austeridade das imposições da troika que o governo grego rejeitou.
 
O pagamento de salários e pensões está assegurado mas o levantamento de dinheiro nas caixas multi-banco não pode exceder em cada dia os 60 euros por conta (nós cá em casa evitamos levantar mais que 10!...), e os pagamentos de serviços por estes meios mantem-se (água, gás, electricidade, telecomunicações e outras prestações).
Mas o António Esteves Martins e aquela pequena que mandaram para Atenas falam na desgraça (!!!)que isto está a provocar entre os gregos...
Falam os jornalistas da treta no encerramento dos bancos mas omitem que isso foi obrigatório quando o BCE deixou de garantir liquidez para os bancos.
Citando José Goulão hoje no blogue "Mundo cão", "
 
O BCE/UE/agiotas faz agora exactamente a mesma coisa: aplica uma estratégia fascista e terrorista – sem dúvida em clima de golpe de Estado -  para procurar alcançar os objectivos de minorias à custa da miséria, da fome, do descalabro da vida do povo grego. Para os próceres com mentes fascistas que agem em nome da chamada “democracia europeia”, 27 por cento de quebra continuada do PIB grego, uma dívida que não para de crescer devido aos mecanismos impostos para a pagar, um desemprego que atinge mais de um terço da população activa e mais de 55% dos jovens, a razia absoluta nas pensões, nos salários, nos serviços públicos, nos acessos a bens essenciais como água e electricidade ainda não chegam. É preciso vergar mais e mais o povo grego, recorrendo para isso à manobra humilhante de tentar obrigá-lo a pedir de joelhos por favor continuem com a troika, queremos mais austeridade e obrigado por isso".
 
Ouvir Cavaco Silva e Passos Coelho dizerem que se a Grécia se for embora ficam mais 18 países para garantir a estabilidade da UE é uma vergonha, uma muito vil vilania, abaixo de cão. Ambos têm os dias contados para se recuperar no país alguma decência institucional.

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