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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Brasil: o golpe que os mais ricos e corruptos preparam

 
Os mandatos de Dilma, particularmente este, têm sido objecto de grandes campanhas mediáticas dos media. Na sua grande maioria os media de maior dimensão têm estado ligados a grupos económicos e sectores políticos que de há muito elevaram os níveis da corrupção e das desigualdades sociais.
A corrupção existe numa parte do PT. Antes do PT todos os partidos, que agora fazem como seu slogan único a luta contra a corrupção, estiveram imersos nela completamente. Só falam disso e não apresentam propostas de política alternativa.
Agora há aspectos novos, onde poderemos adivinhar a sanha com que preparam o golpe.
 
Em primeiro lugar, os casos de corrupção estão nos tribunais e o poder político não dificultará esses processos, mesmo que alguns ainda não tenham sido objecto de medidas legais como os casos de corrupção passados, por exemplo com o anterior presidente Fernando Henriques Cardoso.
Em segundo lugar, a redistribuição do rendimento está a diminuir em muito as desigualdades sociais.
O impacto da redução da miséria, causada pela distribuição de rendimento no Brasil, chamou até a atenção de um dos homens mais ricos do mundo: Bill Gates. O Bolsa Família é um dos programas de transferência de rendimento mais divulgados e estudados internacionalmente devido ao seu sucesso e resultados positivos. Baseado no conceito de transferência de rendimento,  está a eliminar a miséria e, por consequência, a fome no Brasil, e emancipar a mulher dando-lhe prioridade no programa e garantindo o acesso à educação básica, já que um dos requisitos para ganhar o benefício é a matrícula dos filhos nas escolas.
Em terceiro lugar, os comunistas participam no governo, mesmo que com representação mais escassa que o PT, e actuam, para além das suas responsabilidades próprias, muitas vezes com êxito, contra os projectos de recuos em conquistas sociais decorrentes dos fortes constrangimentos externos decorrentes da queda dos preços do petróleo. Essa é uma acção que decorre no plano da acção das massas trabalhadoras e no plano institucional.
Em quarto lugar, aproximam-se os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro que, daqui a um ano, de 5 a 21 de Janeiro de 2016, juntarão 10500 atletas de 205 países, que acabarão por se transformar desde há décadas, como a maior projeção internacional, de sinal positivo, desse grande país.
Em quinto lugar, a inclusão do país no BRICS como gerador de alternativas ao Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, que têm vindo há décadas a causaram profundos constrangimentos e sofrimentos de países que foram transformados em parentes pobres do mundo capitalista.
Em sexto lugar, o apelo à saída das madames saírem para a rua a bater tachos não podia ser da mais tenebrosa associação ao golpe de Pinochet em 1973 no Chile.
 
As mulheres e homens de esquerda em Portugal, não se devem agachar por causa de certos aspectos. Devem, de pé, atender ao que se está a preparar e às consequências que isso teria no Brasil, na América Latina e em termos mais gerais.
O Brasil é o país irmão. Há que o defender dos lobos que uivam.
 
Uma nota final. É uma vergonha a genuflexão dos media portugueses perante os golpistas. E a figura de jornalistas como José Rodrigues dos Santos e João Pacheco de Miranda (para me ficar pela RTP1), num galope assanhado contra o governo brasileiro.

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