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sábado, 26 de setembro de 2015

Diplomata da Arábia Saudita preside à Comissão de peritos da Comissão de Direitos Humanos da ONU

O representante da Arábia Saudita, país que é um dos piores do mundo no respeito pelos direitos humanos, foi nomeado para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. Tal facto provocou imediatamente uma onda de críticas que denunciam a troca de direitos humanos por petróleo manchado de sangue.

Faisal bin Hassan Trad, embaixador da Arábia Saudita na ONU em Genebra, foi eleito presidente da equipa de peritos independentes no Conselho de Direitos Humanos da ONU, informou The Independent, citando a UN Watch, organização não-governamental (ONG) independente. 

O dirigente da ONG supõe que a designação pode ter sido um entendimento de bastidores depois de Riad apresentar um pedido de encabeçar o próprio conselho.
Também criticou os responsáveis norte-americanos e europeus por não expressarem a sua indignação com esta nomeação e apelou para que esta decisão seja cancelada.
Grupos de defesa dos direitos humanos têm criticado reiteradamente a Arábia Saudita pelas decapitações e chicotadas públicas, restrições da liberdade religiosa e de expressão, bem como discriminação sistemática das mulheres.
No mês passado, a Amnistia Internacional calculou que pelo menos 102 pessoas foram executadas nos primeiros seis meses de 2015, a maioria das quais por decapitação.
Esta nomeação foi classificada como escandalosa por muitas personalidades, incluindo a esposa do blogger saudita Raif Badawi que foi condenado a mil chicotadas por publicar artigos sobre a liberdade de expressão. Este passo, disse ela, mostra que “petróleo prevaleceu sobre os direitos humanos”.

O Conselho de Direitos Humanos tem como missão nomear peritos para definir os padrões de defesa da liberdade e informar sobre as suas violações em todas as regiões do mundo.
Como é se pode desempenhar desta missão um diplomata de um país onde as autoridades praticam a crucificação, a decapitação  e a flagelação de seres humanos? E que apoiam o Estado Islâmico e o Boko Haram em África. É um negócio de petróleo...
A França, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha poupam o grande produtor de petróleo.
 
Os seus aliados árabes fazem a ponte da coligação anti-xiita que bombardearam Iémen com todo o à-vontade. O Yemen de que os media não falam sempre  e que sofre centenas de civis mortos em ataques da Arábia Saudita.
E que não falam também de Ali Mohammed al-Nimr, oposicionista xiita condenado nos últimos dias à crucificação pelas autoridades de Riade.

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