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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Lá se foi a sedução: as pragas e esconjuros das cagarras fizeram um manguito ao Cavaco e Cia.

 
Hoje é o primeiro dia do novo governo. Não caiu a Senhora do altar porque as aparições de 1917 já não dizem muito aos crentes. As gaivotas não fugiram e não se aguarda nenhuma tempestade. As tradições já não serem o que eram foi vinho que não azedou. Os "mercados", apesar de gostarem muito de nós não ficaram agitados com a filoxera vermelha. Nem as taxas de juro se prantaram num vade retro às medidas sociais. Alguns (poucos) empresários, alguns dos banqueiros e alguns industriais que já o foram adivinharam catástrofes que apenas ocorreram nos seus espíritos. A Comissão Europeia até compreendeu o atraso no Orçamento, talvez para não criticar Cavaco  que perdeu a Duracell a meio do processo de formação do governo. A minha vizinha de cima continua a bater com os saltos no chão do quarto e não faltou energia no prédio. A minha neta que chegou a envergonhar-se com alguns palavrões da nova oposição já lhes perdoou. Mas o Cavaco tinha que espirrar do alto da sua pequenez. Enfim, coisas. O pessoal agora está confiante em melhores dias. Vamos a isso, pois.

"Vaidosa", de Cesário Verde

 

Dizem que tu és pura como um lírio
E mais fria e insensível que o granito,
E que eu que passo aí por favorito
Vivo louco de dor e de martírio.

Contam que tens um modo altivo e sério,
Que és muito desdenhosa e presumida,
E que o maior prazer da tua vida,
Seria acompanhar-me ao cemitério.

Chamam-te a bela imperatriz das fátuas,
A déspota, a fatal, o figurino,
E afirmam que és um molde alabastrino,
E não tens coração, como as estátuas.

E narram o cruel martirológio
Dos que são teus, ó corpo sem defeito,
E julgam que é monótono o teu peito
Como o bater cadente dum relógio.

Porém eu sei que tu, que como um ópio
Me matas, me desvairas e adormeces,
És tão loura e dourada como as messes

E possuis muito amor... muito amor-próprio.

Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Le plus grand signe de la sagesse
est la gaieté"

 "O mais importante sinal da sageza
é a alegria"
 
Michel de Montaigne
filósofo francês, 1533-1592

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Bobby Mcferrin e o samba de uma nota só...


Assange: a história ainda não contada de uma luta épica pela justiça


Os norte-americanos perseguem Assange porque a WikiLeaks revelou os seus crimes no Afeganistão e Iraque: a matança por atacado de dezenas de milhares de civis que encobriram; o desprezo pela soberania e pelo direito internacional. Isso é  evidenciado de forma muito viva pela divulgação de um muito elevado número de documentos.
A WikiLeaks continua a expor a atividade criminosa dos EUA, tendo publicado há alguns neses documentos secretos de espiões dos EUA que detalham telefonemas privados dos presidentes da França e da Alemanha, e de outros altos funcionários, relativos a assuntos políticos e económicos europeus internos.
(ler o comentário de John Pilger aqui)

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Turquia ateia a guerra e protege os terroristas

Imagem da NBC, sempre no local certo à hora certa...

 
O abate de um avião russo, segundo tudo indica, nos céus da Síria, quando prosseguia ataques contra alvos do Daesh é algo de extrema gravidade.
Aguarda-se confirmação se os tripulantes que se ejectaram foram mortos em território sírio por comandos turcos e se foi abatido também um helicóptero russo que ia recolher os tripulantes no solo.
O abate do caça russo aconteceu, apesar da Rússia ter assinado um acordo com os EUA para impedir este tipo de acidentes na Síria, EUA que chefiam a coligação militar que dizem ter formado para combaterem também o Daesh. O facto de a Turquia não ter contactado a Rússia nos instantes anteriores ao abate, optando por rumar para uma reunião da NATO, parece querer dizer que a Turquia pretende que a NATO sirva os interesses do Daesh.
Putin afirmou hoje que respeita os interesses regionais de outras nações mas avisou que "a atrocidade cometida pela Turquia não ficará sem resposta".
Esta acção da Turquia, apoiante principal do Daesh, pode ser uma reacção ao facto de caças russos terem destruído nos últimos cinco dias mais de mil camiões-cisterna usados pelo Daesh para transportar petróleo, petróleo roubado à Síria e de que a Turquia é um dos principaios compradores para apoar as finanças do Daesh
Desde 30 de Setembro, a Rússia tem realizado ataques pontuais contra instalações do Daesh na Síria. A força aérea russa já realizou 2 mil voos nessas missões, matando centenas de terroristas e destruindo 3 mil alvos dos terroristas. Além disso, navios de guerra russos já lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra alvos do Daesh.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou na última terça-feira ataques maciços contra o Daesh depois da divulgação de que o avião russo que caiu na Península do Sinai com 224 pessoas a bordo tinha sido derrubado pelos jihadistas. 
Há dias atrás Obama dizia que a progressão nos ataques ao Daesh estavam dependendes da demissão de Bachar Al-Assad. Hoje junto de Hollande voltou a referir o mesmo.
As potências ocidentais têm que ajudar a desfazer esta chantagem inaceitável.  Ou então, particularmente a Europa, serão uma vez mais  desumanos seguidistas.
 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

"Mujer, nada me has dado", de Pablo Neruda

       Nada me has dado y, para ti, mi vida
       Deshoja tu rosal de disconsuelo
       Porque ves estas cosas, que yo miro
       Las mismas tierras, los mismos cielos
    Porque la red de nervios y de venas
    Que sostiene tu ser y tu belleza
    Se debe estremecer al beso puro
    Del sol, del mismo sol que a mí me besa.
    Mujer, nada me has dado y, sin embargo,
    A través de tu ser siento las cosas,
    Estoy alegre de mirar la tierra
    En que tu corazón tiembla y reposa.
    Me limitan en vano mis sentidos,
    Dulces flores que se abren en el viento,
    Porque adivino el pájaro que pasa
    Y que mojó de azul tu sentimiento.
    Y sin embargo no me has dado nada,
    No se florecen para mí tus años,
    La cascada de cobre de tu risa
    No apagará la sed de mis rebaños.
    Hostia que no probó tu boca fina,
    Amador del amado que te llame,
    Saldré al camino con mi amor al brazo
    Como un vaso de miel para el que ames.
    Ya ves, noche estrellada, canto y copa
    En que bebes el agua que yo bebo,
    Vivo en tu vida, vives en mi vida,
    Nada me has dado y todo te lo debo.

    
     do pintor chileno Sergio Montecino

domingo, 22 de novembro de 2015

Empresário francês aponta responsabilidades aos EUA pelos actos terroristas na Síria

Alarga-se na opinião pública o nível de conhecimentos que permitem relacionar os EUA, a França, a Turquia, o Qatar, a Arábia Saudita e Israel com o apoio político, de recrutamento de mercenários, da sua formação, entrelaçamento e planeamento de acções de diversas organizações terroristas. O Daesh sustenta-se da venda do petróleo dos poços roubados à Síria e até helicópteros americanos protegem colunas da carrinhas Toyota equipadas com metralhadoras na sua progressão de países vizinhos dentro do território sírio.
 
Por seu lado, o Qatar comprou material militar anti-aéreo de tecnologia sofisticada à Ucrânia para o entregar ao Daesh, numa operação que decorreu no final do passado mês de Setembro, mesmo antes da intervenção militar russa contra essa organização terrorista. A intervenção foi aprovada pela embaixada dos EUA em Doha. O material saiu da Ucrânia e atravessou a Bulgária e a Turquia. Todos os países envolvidos dizem combater o Daesh.
 
 
 
 
O CEO do Starwood Capital Group, Berry S. Sternlicht, disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não pode ser ilibado da culpa pelos ataques terroristas sofridos pela França.
A Bloomberg informou no dia 17, citando as palavras de Sternilicht, que o presidente americano subestimou a ameaça do "Estado Islâmico", sendo que, para si, o ocorrido é "culpa de Obama".
Sternilicht disse que Obama considera os militantes do "Estado Islâmico" como "milícias", sem qualquer organização ou experiência. No entanto, "todos os homens que estão no Médio Oriente dizem o contrário, mas ele não presta atenção".
Após os comentários de Obama, foram desencadeados bombardeamentos e outras ações contra o "Estado Islâmico". Um dia antes dos ataques em Paris, Obama disse ao ABC dos Estados Unidos que a estratégia americana contra o "Estado Islâmico" já o "tinha controlado", mas a tentativa de "decapitação" dos seus cabeçilhas ainda não obtivera sucesso.
Nos ataques terroristas ocorridos no dia 13 em Paris, foram mortos, pelo menos 129 pessoas e 352 pessoas ficaram feridas.
 
Sternilicht disse que a política da administração de Obama aumentou a ameaça do terrorismo internacional, promoveu o crescimento do "Estado Islâmico" e de outras organizações terroristas "especialmente na Síria e outros lugares".
O empresário terminou comentando que "se combatêssemos estas organizações quando eram menores, e enfrentássemos mais a sério a sua ameaça, acredito que os ataques terroristas ocorridos em Paris poderiam ser evitados".

Arco-iris sobre as faias , foto de Alexburke


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Strength should be lord of imbecility"
"A imbecilidade devia pela força ser subjugada"

W. Shakespeare em Troilus and Cressida, I, 3
(no chamado discurso de Ulisses sobre a Ordem)

Início do degelo no sul da Islândia


O fotógrafo Stas Bartnikas traz-nos uma visão sazonal do sul da Irlanda. É o degelo dos glaciares no verão, em que os rios começam a corer por entre as fracturas dos campos de lava.
A fotografia  foi feita de um Cessna que foi subindo esses ( ainda) riachos.

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Para compreender a atitude de alguns países ocidentais na questão da Síria

 
O Presidente Hollande, depois da enérgica accão policial contra cidadãos franceses militantes do ISIS, residentes na França, para que não ficasse sem resposta o massacre de 129 pessoas em Paris na passada 6ª f, vai encontrar-se com Obama e Putin para “coordenarem a luta contra o ISIS”.
Os bombardeamentos dos EUA de há semanas atrás nem chegaram “a fazer cócegas” aos terroristas. Bem pelo contrário, serviram para encobrir e escoltar a progressão de equipamento militar do Iraque para a Síria, onde o ISIS, à custa disto, progrediu muito no terreno, semeando massacres e destruições de património de toda a humanidade. Face a este embuste, e respondendo a um pedido da Síria, a Rússia passou a atacar com a sua força aérea alvos militares dos terroristas, que os terão forçado a recuar na direcção do Iraque. A França nestes últimos dias agiu nos mesmos termos e propôs uma acção coordenada França-Rússia- EUA para prosseguir esse esforço de guerra. Ontem Obama disse que “não contribuiria para acabar com o ISIS se Assad não fosse afastado da presidência da Síria”. O que é uma declaração espantosa sobre as relações entre o ISIS e os EUA!...Por outro lado Hollande afirmou que esta coordenação a três convenceria a Rússia a ter um papel mais activo contra os terroristas…Como se não fosse a Rússia que, há semanas tem fustigado os recursos dos terroristas!
Acompanhemos o que os próximos dias nos trarão.
 
 
Entre comentadores internacionais tem circulado a idéia das divisões existentes no seio da administração norte-americana. Para eles a divisão é profunda e raros são aqueles que obedecem a Barack Obama, o qual estaria a trabalhar para um compromisso dessas facções por não ter força para impor os seus pontos de vista. Depois de ter eliminado o clã Petraeus-Clinton, que sabotava os seus esforços, o presidente descobriu que o sub-secretário geral e director dos Assuntos políticos da ONU, Jeffrey Feltman (que lhe dá um poder quase total na estrutura dirigente da ONU), e a embaixatriz dos EUA na ONU, Samantha Power prosseguem a linha dos aparentemente derrotados. Samantha tem estado por detrás de diversas conspirações. O Pravda referia no passado dia 13 que “a bela retórica dos direitos do homem de Samantha Power foi usado como um trunfo aquando do ataque do Daesh no Iraque. Nessa altura isso foi usado pelos Estados Unidos para forçar o eleito primeiro-ministro Nouri al-Maliki a demitir-se, sem ter de evocar as verdadeiras razões do golpe: a violação por Maliki do embargo dos EU sobre a venda de armas iranianas, e a sua venda de petróleo à China sem passar pelo dólar. Também permitiu justificar a criação da Coligação Internacional anti-Daesh, a qual, é claro, seguindo as instruções de Feltman na ONU, e de Petraeus na KKR, em vez de bombardear a organização jiadista lhe lançaria, de paraquedas, armas e munições durante um ano”.Durante o seu segundo mandato, Barack Obama terá tentado livrar-se dos promotores de guerras que conspiravam nas suas costas. Fez prender, algemado, o director da CIA, o general David Petraeus, e afastou Hillary Clinton. Para a Secretaria de Estado tão desejada, o Presidente Obama nomeou para ele John Kerry , aos 70 anos, depois de ter sido senador há 28 anos. Mas, entretanto passou para o lado do todo poderoso Jeffrey Feltman.  
A presença de jihadistas na Casa Branca remonta a 1995 quando Reagan quis negociar a construção do gasoduto designado por “Tapi”, que atravessaria o Turcomenistão, o Afeganistão, o Paquistão e a India. Esses encontros continuaram, depois do 11 de Setembro, nas bases do Pentágono do Golfo Pérsico, para “rebeldes” de diversos países criassem o terror ou o “caos criativo” (!) na região para os EUA se apoderarem do petróleo, impedindo o acesso da China a ele, numa altura em que a China se ia afirmando como a grande potência asiática.
A presente ofensiva norte-americana contra a Rússia visa obrigar a Gazprom Germania, empresa estatal de gás russo com sede em Pequim a suspender mais de vinte projectos  que a iriam transformar na maior companhia estatal de gás natural do mundo. A Rússia reagiu a essa operação e assinou com a China um grande acordo de administração do gás nos trinta anos posteriores a 2018.
 
 
A sanha persecutória contra Bashar Al Assad deriva de que enquanto este estiver no poder não permitirá a construção do referido gasoduto e o Irão poderão iniciar a construção de um outro que ligue o Irão, o Iraque e a Síria. Os gasodutos South e North Stream inviabilizaram um outro projecto, o Nabucco, financiado pelos EUA, França, Inglaterra, Turquia e Israel, que asseguraria um domínio absoluto sobre o gás e as condutas da Eurásia. Os amigos americanos com o projecto do seu xisto impediram o acordo entre o Irão, a Turquia e a Europa.
O desenvolvimento do terrorismo encontra aqui a sua causa. Os apoiantes da Al-Qaeda e do Isis (Daesh) jogam com eles para ganhar terreno nomeadamente na Síria, acabando com o país. Não o derrotaram militarmente e avançaram com os cães jihadistas. Mas estes poderão ser apenas um pretexto para a grande guerra do gás contra o Irão. Sobre complexidade desta teia tentarei dela falar num post futuro.
 
Os terroristas do Daesh, sob várias designações, já actuaram contra a Rússia, a França, países africanos e asiáticos. Objectivos? Medo? estados securitários? Mutilação da democracia? Alargar situações caóticas? Em proveito de quem? 

sábado, 14 de novembro de 2015

Contra o terrorismo e os que o armam, a canção da vida de uma bela cidade, "Sous le ciel de Paris" por Yves Montand


Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Já tantos sonhos se realizaram
que não temos o direito de duvidar de nenhum."

Monteiro Lobato
escritor brasileiro, 1882-1948
em Mundo da Lua, 1923.

Presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil trava golpe institucional contra Dilma

Segundo a Agência PT de Notícias, do Brasil, o  presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, defendeu nesta sexta-feira (13) que o País encare com maturidade o resultado das eleições passadas. Para o ministro, é preciso ter “paciência” e “aguentar” mais três anos do mandato da presidenta Dilma Rousseff sem qualquer tipo de “golpe institucional”.
Mesmo sem citar o nome de Dilma, Lewandowski fez uma defesa enérgica do mandato da presidente, que só termina em 2018.
“Com toda a franqueza, devemos esperar mais um ano para as eleições municipais. Ganhe quem ganhe as eleições de 2016, nós teremos uma nova distribuição de poder. Temos de ter a paciência de aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional”, afirmou, durante palestra em uma faculdade de Direito em São Paulo (SP).
 
Para Ricardo Lewandowski, a crise atual tem mais fundo político do que económico. “Estes três anos (após o "golpe institucional") poderiam cobrar o preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos. Devemos ir devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo bem e não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo lançada nos olhos de muitos brasileiros”, alertou.
Sobre a atuação do Congresso Nacional, o ministro disse que o Parlamento brasileiro é “amador” na função de investigar e se desvia de sua prerrogativa de legislar.
“O Congresso Nacional deixou de lado a sua função legislativa e passou a exercer uma função investigativa. Inúmeras CPIs correndo, substituindo-se ao MP e à PF ao próprio Judiciário, fazendo aquilo que ele (Congresso) não sabe fazer e deixando de fazer aquilo que ele sabe, que é legislar”, declarou.
“Investigar é para profissional, não é para amador, com todo respeito aos nossos parlamentares. É por isso que as CPIs dão no que dão”, completou.
O ministro voltou a destacar a importância da decisão do Supremo que barrou as doações de empresas em capanhas eleitorais. “O STF proibiu em boa hora o financiamento de campanhas por empresas privadas. Nós entendemos que haveria um desequilíbrio de armas. Um votinho só não tem como enfrentar uma empresa que doa 100 milhões”, comparou.
 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Os cães ladram numa direita,extrema também hoje no discurso, que quebrou o verniz, que destrambelhou e se isolou ainda mais

Portas, primeiro, depois o homem da CAP, agora Passos Coelho, ligaram o modo de destrambelho. E começaram a gripar, qual cucaracha, carente de marijuana. Uma verdadeira geringonça...
Portas esqueceu-se que antes de 2011, admitia governar mesmo sem maioria, quebrando a tão badalada tradição.
O nervosismo da direita é o do desespero a falar mais alto quando os interesses podem vir a ser desalojados. Fez uma manif de tias que puxaram por um vernáculo que desprezam mas usam em caso de necessidade. Apela aos "mercados" para desestabilizarem a bolsa, quando esta só está a oscilar em linha com os ditos "mercados". Conspira com os seus pares na União Europeia. Vende a TAP à matroca. Em estilo golpista, exige uma "revisão constitucional" para prolongar receios "Agiganta-se" mesmo em gestão...
Esta energia bem podia ser aplicada na limpeza das matas mas o risco de fogo posto subiria em flecha.
Os cães ladram mas a percepção de dias melhores dos portugueses isola-os ainda mais.
 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Agora, venha o outro governo e passemos à recontrução do país e ao fim da política de austeridade.













Desde as eleições de 4 de Outubro que este era o resultado que se poderia prever depois das declarações dos dirigentes dos partidos à esquerda do quadro política. Por razões que radicam  na grande resistência popular verificada ao longo de 4 anos, no último congresso do PS, e na radicalização à direita do bloco do governo.
O governo de maioria absoluta promoveu a maior tempestade social de que há memória em democracia. À violenta austeridade somou-se um grande agravamento da dívida e milhares de milhões foram sorvidos pelo sistema financeiro.
 
Por isso a maioria absoluta que tinha no governo passou dos 50,4% de votos que tinha para  38% e o PS e outros partidos de esquerda passaram 41 % para 51%, com todos os 3 partidos a subirem.
PSD/CDS passaram de 2,81 para 1,99 milhões de votos, enquanto que os partidos à sua esquerda passaram de 2,30 para 2,75 milões.
A direita passou de 132 para 107 deputados e a esquerda passou de 98 para 123.
Ao reclamarem o governo a partir destes resultados estão a mentir aos portugueses.

Estas eleições não são para 1º Ministro. Podendo os partidos dizer quem têm previsto se acederem ao governo para o desempenho dessa função, quem elege o 1º Ministro é a Assembleia da República de entre os deputados eleitos. O único órgão que tem eleição directa do seu titular é a Presidência da República. O 1º Ministro tem uma eleição indirecta.
O mesmo se passa na generalidade dos países europeus, onde 6 governos não são presididos por membros dos partidos ou coligações que mais votos tiveram.- E até há um em que o 1º Ministro é do terceiro partido mais votado.
Só isto está conforme com o nosso regime jurídico constitucional. Querer dar a volta ao texto é ensaiar um golpe constitucional.

Hoje o governo empossado pelo PR com base nessa minoria parlamentar foi naturalmente demitido porque prometia mais do mesmo e porque estava coeso pelo cimento de destruição, os dois partidos eram coerentes com o empobrecimento da população, revestiam-se ambos de uma identidade pela perda da perda de soberania.
 
A derrota assentou  num novo posicionamento de forças políticas e a pretensão de invocar tradições de rituais na definição de quem está ou partilha o governo é, neste quadro, completamente desajustado.
Bem pode Passos Coelho entender que é mais legítimo que o futuro chefe de governo. Mas isso é uma mágoa que deve guardar para si por não ter suporte político nem constitucional. Passos Coelho deve olhar-se ao espelho e reflectir sobre o que fez a milhões de portugueses, ao património do país que delapidou, à falta de perspectivas em que deixou jovens e desempregados.
Não vale a pena prolongar malabarismos em torno de quem ganhou e quem perdeu. 38% é mais pequeno que 54 %. É uma diferença grandinha.
 
Agora há que cumprir com os compromissos acordados à esquerda, nomeadamente os compromissos sociais e laborais, relançar a economia, recuperar a confiança perdida por muitos portugueses, enfim reconstruir o país e também dar solidez a um novo relacionamento partidário à esquerda.
 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Labirinto subterrâneo, foto de Lyubertsi, Federação Russa

Esses padrões de tapetes nas paredes não são provocadas pelo homem. São criados pela natureza. Estes são minas de silvinite na cidade de Berezniki, enorme labirinto subterrâneo, localizado a uma profundidade de -400m. O minério silvinite, que é escavado aqui, é usado para a produção de fertilizantes de potássio.
 
 

domingo, 8 de novembro de 2015

A Revolução Russa de 1917 (2)


A Revolução Russa foi antecedida ao longo de milénios por muitas lutas contra a opressão e a exploração. Muitas revoluções desde os finais do século XVIII, com a Revolução Francesa de 1796, a Comuna de Paris de 1871, as revoluções alemã e húngara de 1918 e 1919, respectivamente, bem como a Revolução Mexicana, iniciada em 1910, a rebelião Taiping, na China, iniciada em 1851, para citar apenas algumas, são casos de revoluções que partem de matrizes semelhantes que nuns casos são derrotadas militarmente noutros casos pela apropriação pelas camadas dirigentes comprometidas com forças de autocracias passadas.

A Revolução Russa venceu e perdurou durante décadas, constituindo o exemplo vivo da possibilidade gerar a certeza, estimulando proletários e outras camadas para percursos semelhantes. O século XX revelou a capacidade de um campo anti-imperialista e anti-capitalista, derrotar as forças nazi-fascistas e produzir décadas de uma paz, relativa é certo. Mas também de desenvolver a ciência e a técnica, a educação e a produção artística muito diversificada e a sua fruição por massas humanas consideráveis. Ou ainda o fim do desemprego, a melhoria relativa de salários partindo das grandes debilidades económicas de origem, a habitação para todos, uma segurança social que não conheciam. Estas conquistas atraíram a admiração dos trabalhadores, intelectuais e outras camadas de outros países.
 
Com a Revolução Russa e a vitória e o papel exemplar da URSS na derrota do nazi-fascismo, o patronato ocidental cedeu perante lutas dos trabalhadores em regimes laborais mais favoráveis e chegou mesmo a concordar com a criação  do “Estado Social”, cópia limitada mas substancial das conquistas do socialismo, como formas de conterem as lutas contra a exploração capitalista noutros países.
Eric Hobbsbawm, talvez o maior historiador desta época assinalou, comparando-a, com a Revolução Francesa: “A Revolução de Outubro teve repercussões muito mais profundas e globais que a sua ancestral. Pois se as idéias da Revolução Francesa, como é hoje evidente, duraram mais que o bolchevismo, as consequências práticas de 1917 foram muito maiores e mais duradouras que as de 1789”.
 
A luta pelos direitos das mulheres bem como a luta anti-racista e as respectivas conquistas ao longo do século XX, encontraram uma alavanca fundamental nos progressos originalmente feitos na Rússia. Os desenvolvimentos das lutas nacionais libertadoras encontraram no campo socialista um apoio decisivo para vencer as resistências colonialistas que, em geral, tiveram o apoio dos EUA, a não ser quando estes disputavam zonas de influências de potências “amigas”.

A queda do socialismo no leste europeu, preparada e externamente e internamente nestes países, tiveram causas que facilitaram a acção das forças anti-socialistas. A partir dos anos noventa até aos nossos dias a situação internacional agravou-se muito e muitas têm sido as guerras e outras intervenções sangrentas e o desrespeito generalizado dos direitos humanos a partir das grandes metrópoles capitalistas.
Porém ocorreu, simultaneamente um reagrupar e reforçar das forças revolucionárias e patrióticas de muitos países numa acção que pode conjurar essas perspectivas negras.

Como diria Domenico Losurdo,“Como aconteceu muitas vezes com outras revoluções, aquela que teve o seu início há aproximadamente um século seguiu um percurso completamente imprevisível.
Estamos em todo caso na presença de um gigantesco processo de emancipação que está bem longe de ter chegado à sua conclusão".

Lenine e a Revolução


sábado, 7 de novembro de 2015

A Revolução Russa de 1917 (1)

Passam hoje 98 anos sobre a conquista do poder na Rússia pelos bolcheviques.

O afastamento do czar em Março de 1917 , pelas forças políticas de oposição (liberais, burgueses e socialistas) foi consequência imediata do início da Revolução Russa em Fevereiro. Entretanto, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete pedira ao exército que estivesse com ele, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, assim como o fim da guerra, objectivos que correspondiam às aspirações mais sentidas da população ao contrário do que era o programa do governo provisório.
Soviete de Petrogrado

O confronto de posições entre o Governo Provisório, cujo Ministro da Guerra era Kerenski, e
o Soviete de Petrogrado,  situados paredes meias no Palácio Tauride, acentuou-se face à recusa do governo em dar resposta aos anseios da população. A 25 de Agosto o general Kornilov, em torno do qual se agrupavam os conservadores, lançou sobre a capital o 3ºCorpo de Cavalaria. Com uma energia inesperada, e respondendo ao apelo dos bolcheviques o golpe é derrotado.
Na sequência destes acontecimentos altera-se a correlação de forças com a maioria dos sovietes das grandes cidades (Petrogrado, Moscovo) passa a apoiar o programa dos bolcheviques, o mesmo acontecendo em vários pontos da frente e até no mundo rural. A maioria dos deputados ao II Congresso Pan-russo dos Sovietes (convocados para 24 de Outubro) apoia os bolcheviques.
Lenin regressa à Rússia em Abril.
O processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação chegava aos 1.000 %, as tropas desertavam da frente fuzilando os seus oficiais, a nobreza latifundiária via propriedades suas saqueadas e algumas queimadas. Nas cidades foram criados conselhos operários na maioria das empresas e fábricas. Mas a Rússia ainda continuava na guerra.
O Comité Executivo Central dos Sovietes, eleito no Congresso de todos os Sovietes de Junho, organiza em Petrogrado, uma enorme manifestação, como demonstração de força. Avisado que seria acusado pelo Governo de ser um agente ao serviço da Alemanha, Lenine fugiu para a Finlândia. Em Petrogrado, os bolcheviques enfrentavam uma imprensa hostil que os acusava de traição ao exército e de organização de um golpe de Estado.
Manifestação em Petrogrado
Da Finlândia, Lenine começou a preparar a rebelião armada. Havia chegado o momento em que o Soviete enfrentaria o poder. A rebelião deveria coincidir com o II Congresso dos Sovietes, convocado para 7 de novembro, ocasião em que seria declarado que o poder estava sob o domínio dos Sovietes.

Na Noite de dia 6 a Guarda Vermelha ocupa os principais pontos da cidade, o Palácio   de Inverno é atacado e os ministros presos, apesar de Kerenski ter escapado. 
É declarada a transferência do poder para os Sovietes.

Assalto ao Palácio de Inverno
O poder supremo, na nova estrutura governamental, ficou reservado ao Congresso dos Sovietes de toda a Rússia. O cumprimento das decisões aprovadas no Congresso ficou a cargo do Soviete dos Comissários do Povo, primeiro Governo Operário e Camponês, de que Lenine foi eleito presidente (continua).

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

PCP entende-se com PS quanto ao futuro governo de iniciativa do PS: "Sobre o trabalho em curso com o PS com vista a uma solução política"

 

Sobre o trabalho em curso com o PS com vista a uma solução política
 
O PCP salienta a importância de não permitir a continuação em funções do Governo PSD/CDS e reafirma o seu propósito de apresentação de uma moção de rejeição do Programa do Governo que será votada na próxima terça-feira na Assembleia da República. Como temos afirmado, PSD e CDS não estão em condições de, por si só, prosseguirem o rasto de destruição e declínio que a sua política constituiu.
O PCP enviou ao PS esta tarde o texto de “Posição conjunta do PS e do PCP sobre solução política”, no seguimento da reunião realizada na última quarta-feira, que permite afirmar que estão reunidas as condições para pôr fim ao Governo PSD/CDS-PP, assegurar um governo da iniciativa do PS, num quadro em que está garantida uma composição da Assembleia da República para a formação de um governo do PS, a apresentação do programa, a sua entrada em funções e para a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura.
No sentido do anúncio formal daquela Posição Conjunta o PCP propôs ao PS uma data para a sua divulgação pública.
O Gabinete de Imprensa do PCP informa ainda que no próximo domingo dia 8 de Novembro se realizará uma reunião do Comité Central do PCP.

Muito tardiamente, empresários da extrema-direita esgravatam, o fundo do cesto, a ver se aguentam Passos Coelho

Peter Villax, um dos signatários, com Durão Barroso
Um manifesto dito "dos 100" juntou-se ontem ao velório dos que ainda queriam o ressuscitar de Passos Coelho.
Cito algumas passagens:
  • Os últimos quatro anos foram penosos mas foram estabelecidas bases para um crescimento económico fundado não sobre o investimento público mas sim sobre a iniciativa e ações do setor privado (onde estão essas acções do sector privado? E não é necessário que investimento público, senhores patrões? Os 4 anos foram penosos para quem? Para os 100?);
  • A recuperação não pode ser posta em causa pela incerteza que Portugal atravessa e que, caso se mantenha, vai levar a orçamentos defensivos, adiamento de projetos de investimento e suspensão da contratação (não vejo incerteza nas ruas e a incerteza para Vs. Exas. acaba na 3ª f, podendo os auspiciosos investidores começar a dar à manivela nos orçamentos, projectos de investimento e relançamento da contratação. E perguntem a Cavaco Silva porque foi criar adiamento na entrada em vigor do governo, nomeando um outro governo que sabia que ia ser chumbado?);
  • Afirmam-se ainda preocupador por PCP e Bloco de Esquerda serem "estatutariamente contra a iniciativa privada" (andam fracos de leituras e inventam mentiras, o que não é bom para patrões que querem ser empresários). Pelo que duvidam que com os dois partidos no Governo, ou num acordo parlamentar se consiga fazer uma recuperação económica do país (estão prontos para a fazer ou estão só a ameaçar que o não farão se...);
Entretanto o PCP acaba de anunciar ter chegado a acordo com o PS (ver acima)
 

Frase de fim-de-semana, por Jorge

 


"Nothing is so painful to the human mind
as a great and sudden change."
"Nada é tão custoso para a mente humana
como uma mudança grande e repentina."

Mary Shelley
escritora inglesa
1797-1851)
 
 
 
 
 



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Tribute to the Goddess ( the golden calf ) woman


     Publicado em 04/09/2015, "Tribute to the woman her self", Musica "Woman" de John Lennon  (1980), Grafismo e animação de Nina Paley

A Rússia procura reverter os desenvolvimentos negativos no Médio e Próximo Oriente


A Rússia, de uma forma cautelosa, mas com uma intensa actividade diplomática, tem assegurado contactos com todas as partes em situação de conflito para que a situação não se torne descontrolada e caótica e caminhe para uma guerra mais generalizada, para que não sofram alterações os sistemas instalados de produção e distribuição do petróleo, num sentido favorável aos apetites de Washington, para que se não agrave a crise humanitária e o surto imigratório que, parcialmente, vão ao encontro dos interesses de algumas economias mais desenvolvidas da Europa e dos EUA.

 1. Duas questões vêm complicar ainda mais o puzzle

 Por um lado a cavalgada especulativa que, desde ontem, em uníssono, sobre o avião russo que se despenhou há dias no Sinai, os media internacionais que normalmente são veículos das operações de contra-informação norte-americana, têm vindo a realizar com base em informações dos “serviços secretos” daquele país.
É significativo que, em vez de lamentar o ocorrido, os EUA e a Inglaterra, para já, tenham preferido chamar de volta os seus cidadãos que estavam na estância balnear de Sharm el-Sheikh. Ao contrário da Rússia que apelou a que se mantivesse o fluxo turistico para a região.
É de salientar que os grades media "ocidentais”, desde o primeiro dia, tenham avançado com a hipótese de ter sido um atentado do Estado Islâmico, entidade que criaram e a quem deram impulso e criaram "credibilidade" de Estado com uma organização própria e apoio popular. Meses decorridos, o carácter torcionário de tal "regime", a sua sanha de liquidação de património cultural milenar, ficaram revelados. O próprio Papa declarou que a Humanidade tinha que se ver livre deste pesadelo.
Raid russo contra instalações do ISIS na Síria
No período dos chamados bombardeamentos aéreos dos EUA e aliados contra o ISIS, o que aconteceu foi a progressão no terreno das forças terroristas (com quem apareceram entrelaçados combatentes “rebeldes” da oposição síria que actuam com operacionais da CIA). O pedido de Assad à Rússia para ajudar o governo legítimo da Síria a travar a progressão dos invasores teve resposta positiva e revelou-se de grande eficácia. No terreno, as forças governamentais com apoio de militantes do Hezbollah, recuperaram território e cidades perdidas para os terroristas. Paralelamente os curdos da Síria fizerem o mesmo, de forma articulada, apesar de informal.
Esta tese do atentado visará conter a acção da aviação russa contra o ISIS. É de ter em conta que no início desta operação, uma mensagem atribuida ao ISIS ameaçava a Rússia de atentados por se ter envolvido na sua liquidação. Mas o governo russo, além de negar que se possa concluir que foi um atentado que provocou a queda do seu avião, aprofundou a sua acção contra o ISIS.
 
Um dia destes o Milhazes, ignorando uma vez mais isto tudo, cavalgando a tese do atentado no caso do avião russo abatido no Egipto, ainda faz o paralelismo com a intervenção soviética no Afeganistão, procurando aí pasto, para fazer aos microfones apelos ao descontentamento popular na Rússia...

Por outro lado, o resultado das eleições turcas, com práticas identificadas como fraudulentas pelo Conselho da Europa e a OSCE, sem que ambas as instituições tenham contestado os seus resultados. E isto apesar do chefe da delegação do Conselho da Europa, Andreas Gross, ter afirmado "A campanha eleitoral foi infelizmente contaminada pela iniquidade e, em certos casos, pelo medo". E de Margareta Cederfelt, chefe da delegação parlamentar da OSCE ter vincado que " As violências no sudeste do país, de maioria turca, pesaram fortemente no escrutínio e as recentes agressões e prisões de candidatos e militantes, nomeadamente do HDP, são preocupantes na medida em que ou refrearam a sua possibilidade de fazer campanha. Para que um processo eleitoral seja realmente democrático, os candidatos devem ter o sentimento que podem fazer a campanha, e os eleitores, por seu lado,  podem chegar às urnas com toda a segurança ".
É significativo que a primeira medida tomada pelo governo autocrático, depois destas eleições, tenha sido o bombardeamento das posições curdas do PKK, solidário com a acção contra o ISIS. Ao mesmo tempo está a exigir uma revisão constitucional para obter o reforço dos poderes do chefe do Estado, passando o essencial do poder executivo das mãos do primeiro-ministro para as do presidente. Apesar de ter recuperado a maioria absoluta, o AKP de Erdogan precisa ainda de 13 deputados que lhe viabilizem o referendo constitucional e tem vindo a avisar os partidos da oposição para colaborarem com este objectivo.
E tudo isto, meu filho, um dia será teu (Daesh é o termo usado por franceses, e não só, para o ISIS, designação por que ficou conhecido o Estado Islâmico, depois de invadir a Síria)
O carácter perturbador da posição turca reside, como é sabido, no facto de os terroristas do Estado Islâmico (ISIS) terem tido até aqui em território turco os campos de treino, com logística cedida pelo governo de Erdogan, armas cedidas pela Arábia Saudita, inteligência e meios de combate mais sofisticados por Israel. E terem vivido vendendo a preços vantajosos o petróleo dos poços que roubaram na zona nordeste da Síria.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Graças a Deus, só lhes resta uma semana



Palavras do recém-empossado ministro português da Administração Interna, Calvão da Silva, anteontem em Albufeira:

"Ao lado dos danos patrimoniais foi a perda de uma vida e por isso mesmo eu fiz questão de começar esta visita pelos cumprimentos de condolências à família da pessoa enlutada.
Era um homem que já tinha vindo do estrangeiro, tinha 80 anos, fica a sua mulher Fátima, mas a família está determinada em também continuar.
Era um homem de apelido Viana, entregou-se a Deus.

Deus nem sempre é amigo, também de vez em quando nos dá uns períodos de provação.
 
O nível autárquico só não foi suficiente aqui em Albufeira porque a força da natureza, na sua fúria demoníaca, porque, embora os ingleses digam que é um acto de Deus, a «act of God», mas temos de traduzir isso de outra maneira, e nessa medida entrou a parte complementar distrital."

Comentário da jornalista da TVI 24: «Um ministro cheio de fé de um governo de um Estado laico»...