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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Povo brasileiro continua a resistir ao golpe



Ontem, depois da votação, no Anhangabaú, no centro de S. Paulo
A votação no Congresso de ontem era esperada, se bem que estivesse há dias quase à tangente, depois de vários pequenos partidos terem transacionado para o “não” o seu voto.

Para Onofre Gonçalves, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-São Paulo)  o resultado e a forma como ocorreu a votação deste domingo no plenário da Câmara dos Deputados apenas confirmou que a atual legislatura pode ser considerada uma das piores da história e sem compromisso com a democracia brasileira. Para o dirigente da CTB  nada está perdido mesmo depois de tudo o que aconteceu ontem. Para ele, o importante é que essa reaproximação da presidenta Dilma da sua base social precisa ser ampliada.

Para o dirigente do MST – Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra do Estado deste estado, João Paulo, é preciso ampliar a participação nas manifestações de rua daqueles que votaram na presidenta, “é preciso aumentar a capacidade de mobilização e construir uma posição de maioria na sociedade”.

De acordo com o editor do site Opera Mundi, Breno Altman, a mobilização social é a única forma de se contrapor, em curto prazo, ao monopólio dos media. “É preciso intensificar a disputa das ruas, a disputa no boca a boca da militância, manter mobilizadas as forças
democráticas do pais”.
Segundo Altman, “estamos pagando” hoje pelo “gravíssimo erro” de não ter enfrentado nos 13 anos de governos de Lula e Dilma a concentração dos monopólios de comunicação. “O campo comunicacional que não está no monopólio das famílias é muito pequeno. Tem certo impacto na internet, é lido pelos formadores de opinião mas não tem caráter de massa ao contrário dos meios que a oligarquia controla”. Para Breno, a médio e longo prazo, em caso de se esmagar o golpe, é preciso enfrentar o que designou como “cancro” da democracia brasileira, que é o monopólio da comunicação.

Entretanto a Frente Brasil Popular e a Frente Brasil Sem Medo dirigiram-se ao povo brasileiro:

“Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos! Vamos derrotar o golpe nas ruas! Este 17 de abril, data que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, entrará mais uma vez para a história da nação brasileira como o dia da vergonha.
Isso porque uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment fraudulento de uma presidenta da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade.

As forças econômicas, políticas conservadoras e reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro.

São as entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, forças exteriores ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas estatais como a Petrobras e entregar o pré-sal às multinacionais. E fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, que tem como o centro de propaganda ideológica golpista a Rede Globo, e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros.

Por isso, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo conclamam os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos a não saírem das ruas e continuar o combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora do país.

Faremos pressão agora sobre o Senado, instância que julgará o impeachment da presidenta Dilma sob a condução do ministro Lewandowski do STF. A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade.


A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que não reconhecerão legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um golpe institucional, como pretende a maioria da Câmara ao aprovar a admissibilidade do impeachment golpista.

Não reconhecerão e lutarão contra tal governo ilegítimo, combaterão cada uma das medidas que ele vier a adotar contra nossos empregos e salários, programas sociais, direitos trabalhistas duramente conquistados e em defesa da democracia, da soberania nacional.

Não nos deixaremos intimidar pelo voto majoritário de uma Câmara recheada de corruptos comprovados, cujo chefe, Eduardo Cunha, é réu no STF e ainda assim comandou a farsa do impeachment de Dilma.

Continuaremos na luta para reverter o golpe, agora em curso no Senado Federal, e avançar à plena democracia em nosso país, o que passa por uma profunda reforma do sistema político atual, verdadeira forma de combater efetivamente a corrupção.

Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!

Portanto, a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de Maio.


A luta continua! Não ao retrocesso! Viva a democracia! “


Nota – A Frente é constituída pelo PT – Partido dos Trabalhadores, pelo PC do B – Partido Comunista do Brasil, movimento sindical, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e dezenas de associações cívicas muito diversificadas