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sábado, 7 de maio de 2016

Não foi à inauguração do túnel mas deram-lhe imenso tempo de antena para dizer sete mentiras


É prática corrente de algumas pessoas que não podem/não querem estar presente em eventos para que são convidadas, mandam um telegrama que o presidente do repasto lê. Desta forma as pessoas em questão não correm o risco de passar desapercebidas e poupam o custo da refeição.
Com algumas diferenças foi o que aconteceu com Passos Coelho, que teve a infelicidade de não conseguir ter a obra pronta no seu mandato, o que lhe deu a oportunidade de largar sete mentiras sobre inaugurações e contratos de associação com escolas privadas.
 
Disse ele que no seu tempo de 1º Ministro nunca foi a inaugurações de obras publicas. E mentiu porque inaugurou na IP3 a ponte da foz do Rio Dão (1-0).
PSD e CDS já não suscitam tanto "interesse jornalístico" mas continua a ter  nos mídia quem projecte essa entidade, defunta mas, pelos vistos, com direitos equivalentes. Certamente os directores de informação promoverão recolha de informações que permita aos portugueses saberem a quantas inaugurações foi.
 
Ficámos a saber também que o governo estará a impedir a concorrência do ensino privado com o público porque não irá fazer novos contratos de associação que permitam atrair alunos que nele iniciarem um novo ciclo de ensino. Que acabassem os contratos para todos os alunos, ainda se poderia discutir se o terem de "optar" pelo público a meio de um ciclo de ensino seria o mais adequado para a consistência da formação. Mas não é isso, logo Passos ludibriou a audiência (2-0). Mas não ficou por aqui, dizendo que não haveria "concorrência" se os contratos cessassem. Então a iniciativa privada precisa de ser subsidiada para concorrer com a pública? Passos ludibriou segunda vez (3-0). Um dirigente dos proprietários de colégios privados ainda levantou a questão do que iriam fazer com professores que deixariam de ter alunos.
Não sei se lhes foi garantido que os contratos eram para durar ad eternum. Mais alguém aqui mentiu (4-0) e para garantir postos de trabalho que a "iniciativa privada" não poderia assegurar sózinha. Aqui foram os proprietários a ludibriar professores e alunos (5-0). E pecam ambos por omissão quando não referem que estes contratos, quando foram criados, se destinavam a escolas privadas para suprirem as carências de oferta pública na respectiva zona, não devendo continuar quando essas carências desaparecessem. Os contratos de associação seriam a forma de subsidiar os alunos para não terem que pagar a mais nos colégios e terem uma oferta de ensino na sua zona, o que se traduz por omissão em nova mentira (6-0). Passos Coelho disse ainda que não subsidiar as escolas privadas era "pôr em causa um dos poucos mecanismos que nos resta de promover a qualidade da educação". Pronto, acabou por dizer que só o ensino privado tem qualidade. O que é uma falsidade que não resiste à experiência e se traduz tão só numa visão ideológica (7-0).
A transferência progressiva de recursos do ensino público para os privado, particularmente numa situação de dificuldades financeiras do país, contribuía para o degradar das condições do ensino público que têm que atender às necessidades de todos os grupos sociais, incluindo famílias desestruturadas, jovens com problemas, a quem os colégios não acodem mesmo quando não há oferta publica na zona.