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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Marretas de olhos semi-cerrados...

Eurogrupo ataca Comissão Europeia pela proteção aos "pecadores do défice"

 A troca de “mimos” entre o presidente do Eurogrupo e o presidente da Comissão Europeia só confirma o que qualquer jornalista interessado verdadeiramente em esclarecer a hipocrisia da perseguição aos deficites excessivos já poderia ter feito.

Mas não se encontrou um aqui pelo burgo que o dissesse alto e em bom som porque não interessava estragar este marmanjar dos políticos de direita e eurocratas na discussão empolada sobre as décimas do deficite.

Que a França, a Alemanha e outros países mais ricos viram perdoados deficites excessivos ou prolongados prazos para os cumprirem enquanto forçaram a Grécia a ajoelhar e Portugal com a direita a ser massacrado na austeridade porque não eram tão ricos ou “pesavam pouco” - figura adoptada hoje por Sérgio Sousa Pinto em entrevista ao Público ao arrepio de invocadas disposições comunitárias em sentido inverso – era conhecido de todos mas para alguns dava jeito não relembrar.

E ainda de décimas se fala ao pretender ler nalgumas delas um suposto relançamento económico europeu.

Portugal apresenta os indicadores económicos que apresenta porque a Europa há muito que está em queda por força de políticas neoliberais e porque quatro anos de tamanha austeridade vai impedir durante anos que se possa atingir um relançamento da economia significativo, tanto mais que o desvario bolsista e as reservas ao aumento de relações com a Rússia, a China, bem como o resto do Oriente o impõem, porque isso escapa à lógica desta UE a destroçar-se, à lógica da NATO e aos interesses dos EUA.
Um pensamento partidário estreito e as vinculações cada vez mais indesejadas não são bom caldo de cultura para sair do ponto em que estamos. Há que abrir os olhos à realidade.