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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cessar-fogo na Síria: uma luz de esperança


Hoje às 16 horas, hora portuguesa, iniciou-se um cessar-fogo na Síria.
Apesar das inseguranças que o rodeiam, se se vier a confirmar e consolidar, irá ao encontro de um clamor universal nesse sentido mas, acima de tudo, à grande aspiração a uma vida pacífica, mesmo que ressurgida dos escombros dos povos de um país mártir, que tanto têm sofrido nestes 5 anos. Isso permitirá o regresso à pátria de centenas de milhares de emigrantes, à medida que as condições o forem permitindo e contribuirá para reduzir à vaga emigratória para diversos outros países.
Moscou afirmou que o Centro de Reconciliação russa na Síria criou grupos especiais de monitorização do acordo em todas as províncias sírias para observar a cessação das hostilidades. Os EUA têm um centro semelhante em Amã, capital da Jordânia. A Rússia tem defendido a junção dos dois centros num só local. O responsável pelo Centro russo disse que as tarefas essenciais são a questão do acesso da ajuda humanitária em primeiro lugar às freguesias ocidentais e orientais de Aleppo, desejando melhor cooperação para o efeito com a ONU e outras organizações internacionais.

O general sírio Muhammad Ali disse hoje que “ Os militantes da Frente al-Nusra e da [assim chamada] oposição moderada têm atacado continuamente as forças do governo nas imediações de Muhradah e em Mardes nos últimos 10 dias… Concentraram aqui um grupo poderoso que excede significativamente as unidades de defesa do exército síri. Ali, é o vice-comandante das forças governamentais sírias responsáveis pela defesa de Hama.
Durante as longas negociações foram assinados cinco documentos que permanecem "confidenciais" por causa de seu conteúdo sensível. Foram divulgados os pontos sobre a trégua, a ajuda humanitária e a demarcação de atividade das forças aéreas da Rússia e dos EUA.

Ficou ainda esclarecido que o governo sírio e os grupos de oposição não terroristas estão prontos a cumprir estes acordos, incluindo o regime de cessar-fogo e a garantia de abertura de corredores humanitários para a cidade de Aleppo. 
Contudo, o líder da Frente Popular para a Mudança e Libertação da Síria, Qadri Jamil, disse que para realizar negociações é preciso criar um bloco unido da oposição que não se divida por dentro. "Há muito que se tem falado sobre a criação de uma delegação unida da oposição interna e externa, porque temos o objetivo de realizar negociações diretas, que nunca se realizarão sem unidade. Aspiramos a ter êxito na última ronda de negociações em Genebra".
Damasco referiu que será observado o cessar-fogo durante uma semana, sendo que as 48 horas iniciais vão ser decisivas para fazer chegar ajuda à população civil, especialmente em Aleppo.

O cessar-fogo não abrangerá as duas organizações terroristas que não estão na mesa das negociações devido a esse carácter terrorista: O Estado Islâmico ou Isis e a Frente Al-Nusra que, nos últimos dias tinha, em parte da sua estrutura, passado a usar outro nome.
Será estabelecida a coordenação conjunta EUA/URSS para decidir sobre os ataques aéreos realizados por aviões da coligação liderada pelos EUA e da Força Aérea Russa. A criação deste centro tinha sido anteriormente anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e pelo homólogo norte-americano John Kerry, em Genebra, na passada sexta-feira.
Por outro lado, o presidente sírio, Bashar Assad disse na televisão estatal que, concordando com o acordo, está determinado a expulsar os terroristas de todos os territórios que tenham conquistado e preservar a integridade territorial do país.
O Ministério da Defesa Russo pediu que um dos principais grupos de oposição, o Exército Livre da Síria, parasse a ação militar contra unidades curdas, perto de Aleppo, para facilitar o cessar-fogo. As forças curdas têm sido consideradas por alguns observadores, como uma das mais eficazes no combate aos terroristas no solo.
O Ministro russo salientou que o facto dos EUA ainda não terem fornecido informações, que permitam a identificação exacta dos lugares operacionais do Jebhat al-Nusra nas áreas de combate, está a dificultar o trabalho conjunto sobre a cessação das hostilidades

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